Muitos de nós professores optamos pelo Magistério ainda na infância. Giz e hidrocor sobre as paredes e portas da casa de nossos pais, imaginavamos uma sala de aula cheia de alunos comportados e interessados. Quando crescemos continuamos acreditado que poderíamos fazer a diferença, o sonho se chocou com a realidade. Alguns não agüentaram o impacto e desistiram. Outros como nós continuam sonhando, apesar da realidade vigente não ser muito esperançosa. Estes que teimam em levar esta cruz são aqueles que amadureceram e passaram a encarar este desafio como uma missão. Comprometimento e dedicação são seus principais aliados. Mas não vamos ser ingênuos ou beócio em dizer que o magistério é um sacerdócio, um ministério, um apostolado... E etc, afirmar tais coisas seria farisaísmo, hipocrisia. Ninguém vive sem comer, sem vestir, sem ter uma moradia, sem ter atendimento médico, sem lazer,...Etc. Ninguém vive sem tais coisas, passam pela vida, vegetam. É o que está acontecendo com nossa classe, não estamos vivendo estamos vegetando. Além da exploração e da exclusão somos desrespeitados por tudo é por todos, nós professores somos o saco de pancadas da vez, quando se falam de educação é comum ouvirmos alguém ligado aos poderes públicos atribuindo a culpa aos professores. Quando abrimos um jornal ou uma revista fascista como a veja, ligamos o rádio ou a tv, ou se acessamos uma webpage tem sempre alguém tirando o seu da reta, e malhando o professor. Não nego que nossa categoria tem sua parcela de culpa no rumo que a educação brasileira tomou, por comodismo ou covardia somos culpados. Mas chegarem a dizer que todos os males da educação são culpa dos professores, isto é de mais, como o nosso gestor estadual chegou certa vez a dizer que a culpa de existir apenados no Urso Branco (Penitenciaria Estadual de Porto Velho-Rondônia), seria dos professores, mais tarde alguém o aconselhou a mudar o tom, e voltou à impressa e desdisse o que falou, desta vez disse que disse que era dos maus professores. Alguns beócios, pelegos e cupichas do governador de plantão combatem os professores que reclamam do indigno salário dizendo: “se podemos escolher o que queremos ser é porque algo nos motiva a isso, e se, no meu caso, eu escolhi ser professor, é porque eu estava consciente das condições que eu teria (e tenho) de enfrentar. Se a escolha é minha, vou reclamar do governo por que?”. É lógico que escolhemos nossa profissão, mas não escolhemos morrer de forme, não escolhemos ser tratado com desrespeito por tudo e por todos. Somos Professores cumprimos com os nossos deveres, não podemos desistir dos nossos direitos.
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Prof. José Cícero Gomes, de Porto Velho -RO.
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